"Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus. Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai." Filipenses 4:6-8

terça-feira, 14 de novembro de 2017

"A galinha da vizinha...

...é sempre melhor do que a minha", já lá diz o velho ditado.
Hoje em dia, com a internet, com as redes sociais, com tantos meios ao nosso dispor, podemos saber em segundos qual a última moda em Milão, o que é que se come na Tailândia, a última tendência de decoração nos Estados Unidos... Podemos abraçar o mundo todo com um click.
O que é bom, por um lado. Podemos aprender muita coisa com muita gente, mas por outro lado, também nos incita a querer imitar o estilo de vida de muita gente, com muito mais posses (ou não) do que nós.
Eu vejo o meu próprio exemplo: durante muitos anos, por ver blogues e sites americanos e portugueses que falavam de minimalismo ou de decoração escandinava, praticamente "obriguei" o meu marido a mandar embora os móveis tão bons e que tínhamos comprado com tanto sacrifício e carinho uns anos antes e a comprar e pintar móveis todos de branco, porque o branco estava na moda. Ai, Senhor...
Bibelots nossos ou de pessoas que nos eram queridas, que tínhamos em casa, foram dados ou mandados para o lixo, obras desnecessárias foram feitas em casa, roupas que uns anos antes nem mereciam 2 olhadelas minhas, vieram substituir roupas confortáveis e das quais realmente gostava... Tanta coisa de que hoje me arrependo e tanto dinheiro mal gasto, que até me dá vontade de chorar.
É claro que depois da burrada feita, de ver o que realmente era melhor para nós, que era a "nossa cara", veio o arrependimento, o choro, os pedidos de desculpas e como Deus É misericordioso e me deu um marido maravilhoso, as desculpas foram aceites, os mal entendidos resolvidos e agora, finalmente, estou no bom caminho.
Além de problemas financeiros e no casamento, o que é que esta falta de discernimento e indecisão do compra, manda embora, agora troca outra vez de móvel pela 3ª vez, fez na nossa vida?
Bem, uma das coisas, como já referi, foi gastarmos dinheiro que hoje em dia nos daria para termos a nossa casinha com menos dívida.
Outra das coisas foi o falatório de pessoas chegadas, pessoas de família que notavam que cada vez que vinham cá a casa, nós tínhamos a casa decorada de maneira diferente.
Elas deviam ou tinham de falar nas nossas costas? É claro que não, mas o saber desse falatório abriu-me mais uma vez os olhos.
Gosto muito de ver blogues dos Estados Unidos. Gosto das casas, dos estilos (quase todos) de decoração e de como celebram os dias festivos, mas uma coisa de que não gosto e na qual caí foi no despesismo, no não olhar a meios (quantias) para atingir os fins.
E eu, que aspiro a ser uma mulher de Deus, uma mulher virtuosa, fiz e mostrei exatamente o contrário. Fui uma tola que estava aos poucos e poucos, a derrubar a nossa casa com as próprias mãos.
O problema é que hoje em dia, com tanta coisa ao nosso dispor, se não tivermos cuidado e não nos entregarmos realmente nas Mãos de Deus, somos facilmente apanhadas nas teias do mundo, nas mãos do diabo. Queremos este mundo e o outro, mas na realidade, muitas vezes nem sabemos o que queremos.
Queremos ter porque as outras pessoas têm e queremos ser ricos porque vimos programas de televisão que nos mostram a vida verdadeira (será?) das estrelas de cinema e dos ricos deste mundo.
Nesta altura, estou a lembrar-me de quando eu e o meu hubby compramos a nossa 1ª casinha.
Não era perfeita, mas era a nossa casa e depois de tudo o que tínhamos passado, aquele era o nosso pedaço de céu.
Não era uma casa nova ou moderna, mas era feita com amor, carinho e sacrifício. Um lugar onde éramos felizes e eu não sabia...
Não sabia dar valor áquele pouco que era o nosso muito e hoje em dia, recordo com saudades aquele cantinho, o nosso cantinho.
Já na altura, por influências externas, tanto andei que comprámos uma casa maior, porque íamos ter filhos e as crianças ocupam espaço.
Ah e tinha de ser uma casa nova, pois já estava farta de obras. E além disso, o nosso carro tinha de ser maior, para levar as tais crianças e os pais e sei lá mais quem... Ai, meu Deus, quanta cegueira espiritual...
E afinal, as tais crianças que iam ocupar tanto espaço nunca vieram, os pais faleceram e ficámos com uma casa grande e um carro grande.
Agora, o objetivo era uma casa mais pequena. Uma casa para restaurar, para termos uma casinha de férias e para a nossa velhice... Acho que até já Deus estava a ficar farto das minhas indecisões! :S
Mas como Bom e Paciente Pai que É, lá me tornou (mais uma vez) a mostrar o caminho certo.
Escolhemos esta casa, certo? Certo.
Então, para que é que vamos endividar-nos outra vez a comprar outra casa (mesmo uma mais pequena), se esta serve perfeitamente? E com a divisão a mais que temos, podemos fazer um quarto de visitas, certo? Certo.
Agora o carro: o nosso carro anda perfeitamente e embora grande, gostamos dele, certo? Certo.
Então, para quê comprar outro (mesmo um mais pequeno), se este serve perfeitamente? 
E porque não viver só com uma casa e esperar um dia, quando realmente nos reformarmos, para comprar uma casa para passar a nossa velhice, quando já não tivermos a dívida desta e podermos pagar a outra logo?
São estas "pequenas" coisas, que nos levam a sobre endividar-nos num abrir e fechar de olhos.
Ainda esta semana, diziam no Telejornal que as famílias portuguesas este ano têm mais dinheiro, mas que nem por isso poupam mais.
Pudera, se pensarem da mesma maneira que eu pensava...
Hoje em dia sei do que gosto, do que nós os 2 (sim, que a casinha é dos 2) gostamos e o que nós os 2 gostamos, não tem nada a ver com aquilo que se usa hoje.
Gostamos de entrar em casa e sentir que é o nosso lar, que tem vida, que tem calor e é acolhedor. Não é frio, vazio, moderno. É nosso! :)
Por isso, tenho andado aos poucos a decorar (de vez) a nossa casinha. Conforme o dinheiro vai dando.
Um bibelot aqui, um móvel (ao gosto dos 2 e para ficar de vez) acolá, umas flores numa jarra, uns cortinados para as janelas, tudo coisas às quais eu não dava o devido valor.
Sei que as coisas materiais vão passar todas e que não devemos ter o nosso coração nelas, mas sei que se tornar o nosso lar acolhedor, estou a praticar a palavra de Deus e que Deus se vai agradar de mim.
E outra coisa que noto, é que à medida que a nossa casa vai ficando mais composta, mais vontade também eu tenho de a manter limpa e bonita.
Sinto que estou apaixonada pela nossa casinha e que a estou a edificar! E que o meu hubby se sente mais feliz, menos pressionado e mais abençoado por Deus! Esta casa agora é a nossa casinha, o nosso cantinho!
Ainda tenho uma longa caminhada pela frente; temos todos, mas a cada dia que passa temos de fazer a nossa parte e O nosso Paizinho do Céu, vai com toda a certeza fazer a Dele!
Que Deus nos bençoe e nos guie em Nome de Jesus!
:D
 
  
"A mulher sábia edifica a sua casa, mas com as próprias mãos a insensata destrói o seu lar." Provérbios 14:1